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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A FIGUEIRA SEM FRUTOS:

Lincoln Vieira Tavares

No Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo XIX – A Fé Transporta Montanhas -itens 8 a10, Allan Kardec transcreve e comenta o seguinte texto evangélico, que está em Marcos: 11:12 a 14 e 20 a 23: “No dia seguinte, quando saíram de Betânia, teve fome. E vendo de longe uma figueira com folhas, foi ver se nela, porventura, acharia alguma coisa. Aproximando-se dela, nada achou, senão folhas, porque não era tempo de figos. Então, lhe disse Jesus: Nunca jamais coma alguém, fruto de ti! E seus discípulos ouviram isso. E passando eles pela manhã, viram que a figueira secara desde a raiz. Então, Pedro, lembrando-se, falou: Mestre, eis que a figueira que amaldiçoaste secou. Ao que Jesus lhes disse: Tende fé em Deus, porque em verdade vos afirmo que, se alguém disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar no seu coração, mas crer que se fará o que diz, assim será com ele”.

Aprendemos com o espírito Emmanuel, através de nosso Chico Xavier, a interpretar textos evangélicos, de modo minucioso, trazendo seu conteúdo para os dias atuais, e “tirando o espírito da letra”. Vejamos, bem resumido, devido ao nosso espaço, o seguinte:

A parábola é um símbolo material, da qual se tira conclusões espirituais. Fome, segundo nossos dicionários, seria um desejo ardente de algo, e acrescentamos, nem sempre de alimentos para o corpo. Jesus e os espíritos superiores têm fome de encontrar criaturas, que somos todos nós, que ofereçam algo de bom, sublime, espiritual, amor ao próximo, tolerância, perdão.

A figueira, vista à distância, apresentava folhas, mas não tinha frutos, sendo que, segundo conhecimento antigo, os frutos viriam antes das folhas. Quantos que, em suas vidas, apresentam apenas folhas, ou seja, aparentam produzir frutos espirituais, mas têm somente aparência. Allan Kardec, coloca a possibilidade da existência de médiuns nessa condição. Oradores brilhantes, instituições, até respeitáveis, mas que no fundo, estão apenas carregadas de folhas, enfeites.

Mas, como produzir frutos fora do tempo? Fácil entender que, quem produz frutos no tempo, é bom, mas fora do tempo é ótimo. Significa, por exemplo, auxiliar alguém, quando também se está em dificuldades. Socorrer aflitos, mesmo passando por problemas aflitivos. Seria aquele “algo mais”, que a espiritualidade nos pede.

E a maldição que Jesus lançou a figueira? Como seria possível, um Ser como o Divino Mestre, fazer isso, com uma simples árvore? É também simbólico, pois Jesus “deixa de lado”, “despreza”, aqueles que não se esforçam na prática do bem. A expressão “amaldiçoar” utilizada, pode ser mudada para “desprezar”, pois que tem origem, em sua tradução, na palavra hebraica “QALAL”, que pode significar tanto amaldiçoar, como desprezar, deixar de lado, de acordo com um professor de hebraico, que consultamos, um teólogo protestante.

Por último, Jesus aconselha ter fé em Deus, porque quem exercita uma verdadeira fé, consegue produzir frutos fora do tempo, ou seja, fazer o bem, mesmo atravessando provas e expiações, e para tanto, nossa querida Doutrina Espírita, nos oferece o suporte necessário, com base nos ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo.

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