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sábado, 11 de junho de 2011

Brasil Coração do Mundo Pátria do Evangelho

José Maria T. M. Silva
Alvo de enorme controvérsia o livro Grito de Guerra da Mãe-Tigre, publicado no Brasil pela Editora Intrínseca, da chinesa/americana Amy Chua, 48 anos, professora de direito, e atual best-seller na América do Norte, nos remete prá muito além do assunto ali tratado, ou seja, um método à chinesa para a criação de filhos.

O polêmico método apresentado que inclui ameaçar, chantagear, proibir internet, TV, celular, em casos de desobediência, não permitir que se alimente ou vá ao banheiro até que se consiga fazer determinada tarefa, chamar as crianças de lixo e até mesmo xingá-las, além de não aceitar nenhuma nota que não seja “A” – pois resultado insatisfatório é sinônimo de preguiça, cujo modelo baseia-se quase que exclusivamente no sucesso, faz com que qualquer mãe brasileira que se considere linha-dura sinta-se uma manteiga derretida.
 
Mas, muito mais importante que o controverso conteúdo do livro, é a demonstração de que estamos, querendo ou não, adentrando à influência da maior, há quem ainda diga que não, e que mais cresce economia do mundo, a China.

Os maiores prédios do mundo, a maior usina hidrelétrica, a maior ponte, o hotel mais luxuoso, os melhores atletas, os melhores artistas e tudo o que há de mais, maior e até melhor hoje em dia está na China. Além de que nossos sapatos, tecidos, máquinas, equipamentos, veículos, brinquedos e tudo o mais também vem da China.

Enquanto os antigos “donos do mundo” cuidam de suas crises, na rabeira da China vem a Índia e atrás dessa o Brasil, seguido da Rússia. Esse grupo tem sido denominado de B.R.I.C. - de Brasil, Rússia, Índia e China e é quem tem dado as cartas no mundo, ou melhor, é quem ainda tem tido condição de bancar as apostas no jogo econômico mundial.

Seguindo o raciocínio, se a Europa antiga, representada por Portugal e Espanha, conquistou o mundo e levou consigo o catolicismo, a era moderna representada pela Inglaterra e os Estados Unidos ao dominarem terras, nações e povos, levaram consigo o protestantismo, aí vem a pergunta que não quer calar, o que virá com o domínio da China, Índia e Rússia?

Quanto à Rússia não teremos maiores dificuldades de imaginar. Formada em longo período de comunismo onde a não religião era a tônica, não tem muito o que apresentar nesse sentido, nem mesmo faz muita questão e a religião predominante naquele país, o catolicismo ortodoxo, não apresenta grande chance de difusão, pois claro está ficando que o mundo caminha no sentido contrário às idéias enquanto ortodoxas.

Assim, a novidade parece que virá da China e Índia. A China tem para apresentar, e num segundo momento impor, ao mundo o confucionismo (ensinamento dos sábios), já a Índia o hinduísmo. A grosso modo e em análise bastante superficial seria o confucionismo a religião sem deus, por outro lado o hinduísmo a religião com infinitos deuses.

Num primeiro momento essa apresentação pode parecer absurda, mas é fato, pois muito mais que religiões o confucionismo e o hinduísmo são doutrinas, filosofias, princípios, modo de ser enquanto pessoa, forma de comportamento em vida, idéias filosóficas, abordagens pedagógicas, políticas, religiosas e morais, através da disciplina, estudo, consciência política, trabalho e respeito aos valores.

Diferentemente da maioria das religiões ocidentais que pregam o Cristianismo e são organizadas basicamente em hierarquia, obediência, rituais, dogmas o confucionismo e o hinduísmo nada disso possuem, buscam por outro lado orientar para busca da boa natureza do homem.

É nesse momento que o Brasil entra, e com grande responsabilidade, perante o planeta e a humanidade. O mais cristão dos B.R.I.C. o Brasil terá que apresentar algo ao mundo onde nossa influência chegar, ou por outro lado, dependendo do que apresentarmos ao mundo nossa influência chegará.

As religiões cristãs com atuação no Brasil deverão, também, passar por uma reciclagem considerável, se desvencilhando da orientação européia-anglo-americana, até como forma de se sustentar ante a nova ordem mundial que caminha no sentido de se apresentar orientações para o crescimento do homem e não apenas para sua salvação, dando-se ênfase para as questões filosóficas/principiológicas/doutrinárias/integrativas.

O Brasil tem hoje o maior contingente espírita do planeta. Doutrina Cristã com origem na França e que, se um dia foi perseguida, mal interpretada e até proibida, hoje goza de enorme prestígio, admiração e quantidade de membros, tornando-se uma religião/doutrina/filosofia puramente à brasileira, surgindo assim como hipótese adequada para apresentação do Brasil ao mundo, bem mais completa e adequada do que tem a apresentar China, Índia e Rússia.

A Doutrina Espírita não busca nem nunca buscou qualquer tipo de domínio religioso, mas é certo que sua filosofia encanta e esclarece, assim como as religiões irmãs, porém desatrelada de amarras que remetem mais ao modo de ser europeu-romano/anglo/americano se distanciando do jeito do brasileiro, que encanta o mundo, apresenta-se como modelo ou orientação a ser seguido.

De forma alguma estamos pregando a desnecessidade ou o fim das demais religiões irmãs, cristãs, estabelecidas em nosso país, muito pelo contrário, como opções para o crescimento espiritual são por demais necessárias, úteis, divinas e desenvolvem suas tarefas com maestria. Porém, fato é que mudanças para adequação ao que virá deverão ocorrer, transferindo a orientação Européia/Americana para formas mais brasileiras com nosso modo e jeito (e como se ouve no meio espírita “o espiritismo não é a religião do futuro, mas o futuro das religiões”, há que se adequar para a profecia que encontramos no livro de Humberto de Campos psicografia de Chico Xavier do Brasil, coração do mundo pátria do evangelho)

terça-feira, 7 de junho de 2011

O BOM SAMARITANO

Lincoln Vieira Tavares

No Evangelho de Lucas, capítulo 10, versículos de 25 a 37, está a versão sobre a Parábola do Bom Samaritano, contada por Jesus.

Em síntese, Jesus respondendo questionamento de um doutor da lei, conta a parábola, dizendo que um homem descia de Jerusalém para Jericó, quando foi assaltado, sendo despojado de seus bens e ainda ferido.

Casualmente, desciam por aquele mesmo caminho, primeiro um sacerdote, depois um levita, que passaram longe, sem se interessarem pelo ferido, recém assaltado.

No entanto, um samaritano, que seguia o seu caminho, compadeceu-se dele, aplicou-lhe óleo e vinho, nos ferimentos, e ainda o acolheu em seu cavalo, conduzindo-o a uma hospedaria.

Como teria de seguir sua viagem, recomendou ao hospedeiro que cuidasse do homem, pagando-lhe, antecipadamente, e prometendo voltar, e ainda ressarcir o que mais fosse necessário.

Dentro dessa breve síntese, podemos perceber que, tanto o sacerdote, quanto o levita, que também era um líder religioso, na época, teoricamente deveriam estar em condições de atender ao necessitado, o que não ocorreu.

Em seguida, um samaritano, que era considerado herege pelos judeus, foi quem o socorreu, com todo o carinho narrado na parábola.

Muito mais, podemos aprender com essa parábola, ministrada por Jesus, verdadeira pérola de ensinamentos, por exemplo:

Jerusalém era a cidade santa, onde se localizava o templo, e Jericó, o centro comercial, ou seja, Jerusalém representa a espiritualidade, enquanto que Jericó a materialidade.

Quando, simbolicamente, nós descemos de Jerusalém para Jericó, significa que “baixamos o astral”, saímos da espiritualidade para o mundo dos interesses transitórios, e assim, é comum que sejamos assaltados, por maus pensamentos, por espíritos perturbadores, encarnados ou desencarnados.

A atitude de ambos os sacerdotes, que passaram sem auxiliar o caído, representa a ausência da solidariedade, do interesse pelo próximo, que ocorre, infelizmente, em nosso mundo, inclusive tendo como participantes pessoas que deveriam dar exemplo. Temos casos, relatados pela mídia, em que, quando alguém ameaça pular de um prédio, comparecem, com freqüência, aqueles que incentivam o ato, aos gritos...Por outro lado, os bombeiros tudo fazem para evitar a tragédia.

Muito bom, se em todas as circunstâncias da vida, nós nos tornássemos “bombeiros” também.

Por último, o samaritano, pessoa fora dos padrões religiosos da época, foi quem socorreu o necessitado, não dando a ele uma simples “esmola”, mas acolhendo-o em seu veículo, na época, um cavalo, renunciando ao conforto próprio, ao tempo de que dispunha, ao dinheiro, aplicando os medicamentos de que dispunha, e comprometendo-se com o hospedeiro, na volta.

Pensemos, principalmente nisso: o acompanhamento, o atendimento seqüente, não a esmola que “despacha”, mas a caridade que traduz o verdadeiro amor.

Muito mais, poderíamos dizer, dentro do espírito dessa extraordinária parábola, com base nos ensinamentos da Doutrina Espírita, o que ficará para outra oportunidade, se assim Deus o permitir.