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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

ACONTECEU EM BELÉM

Onde está o recém-nascido Rei dos judeus?
Porque vimos a sua estrela no Oriente,
e viemos para adorá-lo.” Mat. 2-2.
Os Magos que fizeram essa pergunta ao Rei Herodes, provenientes de terras orientais e sem nenhuma referência posterior na história, vêm ilustrar um dos momentos maravilhosos do Cristianismo, quando o Verbo se fez carne e habitou entre nós.

O fato de todos nós conhecido é que um jovem casal proveniente de Nazareth encontrava-se em Belém naqueles dias. A mulher estava para dar à luz uma criança. Não havendo como se hospedarem em local mais adequado, se abrigaram em uma estrebaria.

Ali nasceu um menino e uma luz resplandeceu. Seguramente não foi avistada só pelos Magos citados no evangelho. Muitos homens e mulheres que já tinham se despertado para os reais valores do espírito foram afetados por essa visão espectral decorrente da luminosidade que emanava daquele espírito que se fazia homem.

O Profeta Jeremias, há muito havia dito que em Belém, na linhagem de Judá, nasceria o Rei dos Judeus.

Cumpriu-se a profecia. Mas naquele lugar e naquela hora não nasceu o Rei dos Judeus e sim o baluarte sagrado da humanidade. Ali, numa estrebaria, viu-se surgir o mais puro exemplo de amor a Deus e a todas as suas criaturas.

Os Magos trouxeram-lhe presentes que até hoje são cantados em manifestações folclóricas, mas não questionados a respeito do esplendoroso valor simbólico que representam na elaboração das metas do sistematizado progresso espiritual.

Diz o evangelista que um dos presentes foi o incenso. Produto resinoso de um vegetal que, de acordo com os costumes daquele povo, tinha por objetivo perfumar e purificar o ambiente. Recebeu também de presente, ouro. O mais precioso dos metais. E finalmente, segundo a escritura, foi presenteado com mirra, planta que para muitos povos é símbolo da imortalidade.

Dentro deste contexto histórico-religioso podemos tirar várias lições: o menino, aclamado pelos cristãos como rei, foi recebido pelo mundo em uma estrebaria. O incenso ali estava para purificar e perfumar o ambiente do recém-nascido. Do ouro, símbolo de poder e riqueza, ninguém mais teve noticia. O próprio Jesus mais tarde falaria que “o filho do homem não tem onde reclinar a cabeça”. Prova que ele estava acima dos bens materiais e que o presente dourado nenhuma importância teve em sua vida. E o galho de mirra veio materializar, no momento, a certeza do Mago oriental de que somos todos eternos, tal como Deus em sua onipotência.

Hoje vivificados pelo paráclito somos novos cristãos que recebemos por lição este novo ensinamento.

Devemos renascer em nós buscando a simplicidade das coisas do mundo. Poderemos purificar qualquer que seja o ambiente com o INCENSO dos bons pensamentos e a doçura de atitudes edificantes.

Do mundo, utilizaremos apenas o que se fizer necessário. Somos senhores da matéria e não escravos dela. Motivados pelo verdadeiro amor nos tornaremos um Midas de novas proporções. Toda matéria se transformará em OURO, quando tocada pelas mãos da beneficência.

E equalizando as virtudes da simplicidade espiritual com o cintilante tesouro da caridade, seguramente ostentaremos o belo ramo de MIRRA, que guiará o nosso espírito que nasceu para ser imortal.

Há muito conhecemos esta história. O Menino Jesus faz parte de nossos discursos, poemas e orações. Falta-nos apenas o despertar para o Cristo. Contudo, permeados pelo conhecimento que a Doutrina Espírita nos proporciona, hoje podemos vislumbrar a luz percebida pelos Magos naquele tempo. E chegará o dia que nossa consciência nos perguntará “onde está o recém-nascido, rei dos homens, cuja claridade revitaliza as mentes e faz jubilosos os corações”? Com grata satisfação responderemos: Ele está dentro de nós, iluminando o céu de nossa alma que até então vagava insensível através dos tortuosos caminhos da ignorância. Ele está em nós assim como está no Pai que nos deu a vida e a Graça de crescermos em sua Glória.

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