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quarta-feira, 5 de junho de 2013

JOÃO BATISTA, O PRECURSOR:

Lincoln Vieira Tavares
         
      No mundo ocidental, o dia 24 de junho de cada ano é dedicado a João Batista, considerado o precursor, porque ele, segundo os evangelhos, veio anunciar a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo.
         Todos sabemos, pelo que consta do Novo Testamento,  que João, chamado depois o Batista, era filho de Zacarias, que foi sacerdote do Templo de Jerusalém, e de Izabel, prima de Maria Santíssima, mãe  de Jesus, e que ele veio ao planeta Terra sete anos antes do Divino Mestre.
         Também, não é novidade para nós espíritas, tratar-se da volta do Profeta Elias, referido no Velho Testamento, reencarnado, conforme consta de diversas passagens, por exemplo, em Lucas 1:17 e Mateus 11:14 e 17:12, para onde  remetemos os nossos leitores,  para que possam tirar suas conclusões.
         O Profeta Elias, que trabalhou, em seu tempo, pelo cumprimento rigoroso da Lei de Moisés, determinou a execução de 400 profetas do “Deus Baal”, conforme está em 1º  Reis 18:40, vindo a resgatar sua dívida, na qualidade de João Batista, tendo sua cabeça cortada, a mandado do Rei Herodes, e a pedido de Salomé.
         João pregava o arrependimento, preparando a vinda de Jesus, e batizava, com água, dizendo que outro viria, do qual não seria digno de “desatar as sandálias” e que aquele batizaria com fogo e o Espírito Santo.
         Tinha ele discípulos, e levava uma vida simples, espiritualizada, caminhava pelo deserto, dizendo ser “a voz do que clama no deserto”, e alimentando-se com bastante modéstia.
         Quando João recebe a presença de Jesus, ele o batiza no Rio Jordão, como que para apresentá-lo ao povo, e transferir sua missão, dizendo ser necessário que diminuísse para que ele, o Divino Mestre, crescesse, mandando que seus discípulos seguissem a Jesus.
         Importante lembrar que João, chamado o Batista, batizava com água, que  simboliza a vida, o arrependimento, a reflexão para a  reforma íntima,  sendo  que Jesus nunca batizou, sendo que agora entendemos, também, através da Doutrina Espírita,  ser o batismo do fogo o nosso aprendizado nesta e em todas as existências,  pelas quais passamos, o próprio apagar do “pecado original” cometido por nós mesmos em outras existências, no dizer de Allan Kardec, e o batismo do Espírito Santo, a eclosão da mediunidade, a ponte de luz, entre os dois planos, o espiritual e o material.

         Temos de ressaltar, a renúncia de João, exemplo para todos nós, que precisamos cumprir nossa tarefa e passar adiante, buscando sempre “diminuir para que outros possam crescer”, em todos os lugares por onde andemos, na sociedade, nos lares, e principalmente nos Centros Espíritas, ao tempo em que, desenvolveremos em nós mesmos, os três tipos de batismos referidos, para que sejamos também precursores para muitas almas, mesmo que, como João, pensemos “clamar no deserto”, precisamos ir em frente, sempre com Allan Kardec, e  sob a égide de Jesus Cristo.

terça-feira, 7 de maio de 2013

A QUESTÃO DA OBSESSÃO:

Lincoln Vieira Tavares

         Assunto muito estudado nos meios espíritas, mas que sempre nos chama a atenção, por merecer mais alguma colocação, e que poderá acrescentar algo ao nosso aprendizado.
         É conhecida a teoria, que aprendemos com Allan Kardec, no Livro dos Médiuns, de que a obsessão pode ser classificada nas formas:  SIMPLES, FASCINAÇÃO E SUBJUGAÇÃO.
         Enquanto que na obsessão simples é de se perceber apenas ligeiro incômodo, ou seja, alguma idéia que se fixa ligeiramente, ou algo que se inicia na mente do ser, de modo sugestivo, sempre na forma negativa, na fascinação, o fascinado acredita que está tudo bem, mas ser ele o “dono da verdade”, que está sempre certo, sendo a pessoa mais importante, o centro de tudo,  não aceitando contestações. Já quando subjugado, costuma agir pelo impulso de uma vontade exterior, quase sempre de uma entidade desencarnada, que o coloca sob seu domínio.
         André Luiz, espírito, através da mediunidade de Francisco Cândido Xavier, fala ainda  da chamada POSSESSÃO, a qual se refere também Allan Kardec, semelhante à subjugação, talvez ainda mais agressiva, mas que o codificador evitou mencionar, para que, na época, muitos não  confundissem  com a idéia de uma “tomada” pelo gênio do mal, muito em voga no século XIX, e porque não dizer,  ainda até hoje.
         Resta saber quem provoca em quem a obsessão, e temos aprendido que ela pode ocorrer de espíritos desencarnados, para nós encarnados, que é a forma mais conhecida, por exemplo, vinda de inimigos de existências passadas, e sabemos ainda que nem sempre nós somos  as vítimas, mas que às vezes eles é que foram nossas, em época remotas.
         Pode acontecer a influência espiritual negativa em sentido contrário, ou seja, nós encarnados, influenciarmos, através de nossos pensamentos, seres já desencarnados, por exemplo, aqueles entes queridos que já  passaram  para o plano espiritual,  quando nos apegamos a eles, ou então, por exemplo, continuarmos a lançar pensamentos de desamor a supostos inimigos desencarnados.
         Acontece,  ainda, influências obsessivas entre espíritos desencarnados, no plano da vida maior, quando inimigos se reencontram e se digladiam, até que possam se reconciliar, através do perdão.
         Entre nós, na Terra mesmo, ocorre a obsessão entre encarnados, quando criaturas inimigas, através do pensamento, se odeiam.
         Além de tudo isso, é muito comum, principalmente, nos dias atuais, a chamada AUTO-OBSESSÃO, quando o individuo passa a ter determinadas idéias fixas, que terá seguramente por caminho uma futura depressão, atraindo ainda espíritos obsessores,   para completar esse clima enfermiço.
         A solução para tudo isso, iremos encontrar no Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, hoje explicado à luz da Doutrina Espírita, que terá de ser precedido no dia a dia de nossas vidas, pelo VIGIAR E ORAR, desde o momento em nos erguemos de nosso leito, ao de nosso recolhimento, e pelo trabalho constante no bem.

Vamos meditar sobre isso?

quinta-feira, 4 de abril de 2013

BRILHE A VOSSA LUZ:


Lincoln Vieira Tavares
         Encontramos no Evangelho de Jesus diversas passagens que nos falam da importância da luz, que não iremos transcrever, por falta de espaço, mas que anotamos para que nossos leitores possam consultar: Mateus 5:14 a 16 – Lucas 11:35 a 36 – João 12:35 – Efésios 5:8.
         Segundo os evangelistas, Jesus coloca os discípulos como “luz do mundo”, dizendo que eles deveriam fazer brilhar a luz diante dos homens, através das boas obras, enquanto que são também os Efésios orientados, em epístola de Paulo,  para que eles andassem como filhos da luz.
         Devemos saber que todas essas advertências, dizem respeito a nós também, que nos intitulamos cristãos e espíritas, seguidores do Evangelho do Cristo.
         Importante entendermos que o mundo hoje, infelizmente, tem trabalhado na “contra mão” desses ensinamentos, onde as pessoas são conhecidas mais pelo TER do que pelo SER, além da impessoalidade, pois muitas vezes somos números e senhas, e nada obstante o grande e louvável progresso intelectual,  ainda existe a ausência de espiritualidade,  em todas os níveis do planeta.
         Para falarmos em luz, precisamos saber o que é sombra e o que são trevas.
         Na verdade, trevas significa ausência completa e total de luz, enquanto que a sombra é o reflexo da luz, sendo que a luz quando encontra um obstáculo, ocasiona a sombra.
         Transpondo essa realidade para o contexto espiritual, temos que todos nós somos centelhas divinas, portanto filhos da luz, e se ainda manifestamos sombra, em nossas vidas, é porque existem obstáculos que impedem a presença constante da luz, já existente em todas as criaturas humanas.
         Quais seriam esses obstáculos?
         JUNG fala de “acolher a sombra e iluminá-la”. Portanto, não podemos negar a nossa sombra, isso equivaleria a colocarmos os problemas nossos “sob o tapete”, porém, se assumirmos essa realidade, precisamos trabalhar no sentido de iluminar, com a luz que já possuímos, a sombra que existe em nós, através do autoconhecimento, que nos indicará nosso roteiro para a transformação.
         Esse roteiro, certamente, iremos encontrar nos Evangelhos do Senhor, explicados à luz da abençoada Doutrina Espírita, que nos esclarece que a sombra refere-se ao egoísmo, ao orgulho, à vaidade, a ausência do perdão, enquanto que a luz é o bem, o amor, consequentemente o perdão, o trabalho em favor do próximo.
         Aproveitemos, então, essa oportunidade que hoje nos oferece o Consolador Prometido por Jesus, e mãos à obra, não para tentar mudar o mundo que nos acolhe, mas sim em favor da reforma íntima de cada um de nós.