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terça-feira, 7 de junho de 2011

O BOM SAMARITANO

Lincoln Vieira Tavares

No Evangelho de Lucas, capítulo 10, versículos de 25 a 37, está a versão sobre a Parábola do Bom Samaritano, contada por Jesus.

Em síntese, Jesus respondendo questionamento de um doutor da lei, conta a parábola, dizendo que um homem descia de Jerusalém para Jericó, quando foi assaltado, sendo despojado de seus bens e ainda ferido.

Casualmente, desciam por aquele mesmo caminho, primeiro um sacerdote, depois um levita, que passaram longe, sem se interessarem pelo ferido, recém assaltado.

No entanto, um samaritano, que seguia o seu caminho, compadeceu-se dele, aplicou-lhe óleo e vinho, nos ferimentos, e ainda o acolheu em seu cavalo, conduzindo-o a uma hospedaria.

Como teria de seguir sua viagem, recomendou ao hospedeiro que cuidasse do homem, pagando-lhe, antecipadamente, e prometendo voltar, e ainda ressarcir o que mais fosse necessário.

Dentro dessa breve síntese, podemos perceber que, tanto o sacerdote, quanto o levita, que também era um líder religioso, na época, teoricamente deveriam estar em condições de atender ao necessitado, o que não ocorreu.

Em seguida, um samaritano, que era considerado herege pelos judeus, foi quem o socorreu, com todo o carinho narrado na parábola.

Muito mais, podemos aprender com essa parábola, ministrada por Jesus, verdadeira pérola de ensinamentos, por exemplo:

Jerusalém era a cidade santa, onde se localizava o templo, e Jericó, o centro comercial, ou seja, Jerusalém representa a espiritualidade, enquanto que Jericó a materialidade.

Quando, simbolicamente, nós descemos de Jerusalém para Jericó, significa que “baixamos o astral”, saímos da espiritualidade para o mundo dos interesses transitórios, e assim, é comum que sejamos assaltados, por maus pensamentos, por espíritos perturbadores, encarnados ou desencarnados.

A atitude de ambos os sacerdotes, que passaram sem auxiliar o caído, representa a ausência da solidariedade, do interesse pelo próximo, que ocorre, infelizmente, em nosso mundo, inclusive tendo como participantes pessoas que deveriam dar exemplo. Temos casos, relatados pela mídia, em que, quando alguém ameaça pular de um prédio, comparecem, com freqüência, aqueles que incentivam o ato, aos gritos...Por outro lado, os bombeiros tudo fazem para evitar a tragédia.

Muito bom, se em todas as circunstâncias da vida, nós nos tornássemos “bombeiros” também.

Por último, o samaritano, pessoa fora dos padrões religiosos da época, foi quem socorreu o necessitado, não dando a ele uma simples “esmola”, mas acolhendo-o em seu veículo, na época, um cavalo, renunciando ao conforto próprio, ao tempo de que dispunha, ao dinheiro, aplicando os medicamentos de que dispunha, e comprometendo-se com o hospedeiro, na volta.

Pensemos, principalmente nisso: o acompanhamento, o atendimento seqüente, não a esmola que “despacha”, mas a caridade que traduz o verdadeiro amor.

Muito mais, poderíamos dizer, dentro do espírito dessa extraordinária parábola, com base nos ensinamentos da Doutrina Espírita, o que ficará para outra oportunidade, se assim Deus o permitir.

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